Reflexão sobre o Dia Internacional da Mulher! 4x2x4y

(Foto: Reprodução/ Google)

Elas estudam por mais tempo e são maior número nas unidades escolares e educacionais, de acordo com pesquisas em nível nacional, como as divulgadas pelo IBGE. q156h

Mesmo assim, as mulheres continuam pouco representadas nos cargos de comando na política, nas escolas, nas grandes empresas, e, apesar das inúmeras campanhas públicas e também feitas por empresas privadas, ainda são vítimas de preconceito e diversas formas de violência.

É esse cenário que o Dia Internacional da Mulher tenta reverter por meio de reflexão.

Mas… por que em pleno século 21, quando as mulheres trabalham, são independentes e apresentam desempenho profissional, pessoal e emocional igual ou melhor que os homens, o mundo insiste nesse ranço absurdo que é o machismo?

O mais engraçado é que poucas áreas são tão femininas quanto a da educação.

Não é necessário ser bom observador para perceber que há um número bem maior de professoras do que professores, principalmente nos Ensinos Fundamental Um e Dois, e mais funcionárias do que funcionários em colégios.

Apesar disso, o Brasil não tem representatividade em cargos de destaque nessa área. Tivemos, até agora, em toda a história, somente uma Ministra da Educação.

Trata-se da advogada Esther de Figueiredo Ferraz, que ocupou a pasta no governo do general João Figueiredo, de 24 de agosto de 1982 a 15 de março de 1985.

A pouquíssima representação das mulheres nos postos de comando da educação nacional pode ser explicada por uma questão estrutural e, claro, cultural: embora as mulheres sejam ampla maioria nas unidades escolares e educacionais, as nossas escolas reproduzem e até mesmo produzem o machismo que vemos na sociedade brasileira.

Pois é… a maioria das escolas, que apenas reflete os valores da nossa sociedade, deveria, na verdade, alterá-los, moldá-los.

Ao invés de ser simples espelho da sociedade, as unidades educacionais deveriam priorizar os valores da cidadania. É a escola e a educação que transformam um País, minimizando ou extinguindo as graves falhas na formação dos seres humanos, como as que geram o preconceito, falta de respeito, ausência de ética e de cidadania, que é o que vemos hoje em toda a sociedade.

Enquanto as nossas escolas não pautarem sua educação pelo reforço do respeito ao próximo, cidadania, extinção do preconceito e da intolerância, continuaremos tendo o machismo, homofobia, racismo e outros problemas tão comuns a nós, todos os dias.

Crianças bem orientadas não irão reproduzir absurdos, ainda que vejam isso em casa.

Infelizmente, os próprios pais, salvo exceções, ainda hoje oferecem educação diferenciada para as meninas e para os meninos.

As mulheres ainda criam meninos machistas e meninas submissas, já que apenas reproduzem a educação que receberam sem qualquer questionamento sobre o que estão fazendo.

Mudar atitudes dá trabalho sim e exige raciocínio: é preciso questionar o que se faz. Para mudar é preciso entender o que recebemos e avaliar se tudo aquilo realmente é válido e se vale ser reproduzido.

Pais e mães que educam meninas de um jeito e meninos de outro, dando mais liberdade e mais poderes aos filhos homens, estão reproduzindo o machismo. E escolas que não falam dessa questão diariamente com exemplos, exercícios e atividades lúdicas, na tentativa de alterar essa visão, também.

Que tal então pensarmos mais, refletirmos no que fazemos no nosso dia a dia, em como criamos nossos filhos e filhas, nos conceitos e exemplos que amos a eles?

Que tal usarmos mais esse Dia Internacional da Mulher para pensarmos os motivos pelos quais nós, mulheres, não entramos de sola no mundo político, almejando cargos máximos, para melhorarmos o futuro de nossas meninas?

O Dia Internacional da Mulher não é só de receber elogios e flores: é dia de receber respeito, e respeito para todos os demais 364 dias do ano.

Um detalhe sórdido da nossa história recente que precisa ser amplamente conhecido, divulgado, combatido e repudiado:

No que diz respeito à paridade de gênero, a Unesco, no relatório sobre o programa “Educação Para Todos 2000-2015”, que estabeleceu metas globais para as políticas educacionais para o mundo, advertiu sobre o Brasil: “As conquistas obtidas não significam que a situação de opressão das mulheres tenha sido eliminada da vida pública ou privada brasileira, por isso mesmo são ainda imprescindíveis políticas públicas para mulheres e meninas. Estas são necessárias tanto no sentido de estimular sua participação em áreas de conhecimento e atuação onde sua presença é menor, como de proteger sua integridade física em risco de violência e assédio moral.”

Na tentativa de alterar esse cenário, no dia 9 de setembro de 2015, o Ministério da Educação editou uma portaria que instituiu o Comitê de Gênero.

Mas sabem o que ocorreu poucos dias depois? Em 21 de setembro do mesmíssimo ano, o mesmo MEC cedeu à pressão feita pela Frente Parlamentar Evangélica e pela Frente Parlamentar Católica, e substituiu o genérico órgão Comitê de Combate às Discriminações. Surreal? Sim… surreal.

A ideia do Comitê de Gênero era formular políticas educacionais direcionadas ao combate ao machismo e sexismo.

8 de março: um dia para pensarmos!

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