Desde julho deste ano, moldes de crânios feitos com nylon em impressora 3D estão ajudando médicos a realizar cirurgias craniofaciais mais rápidas e de forma mais precisa. O Instituto Biofabris, sediado na Faculdade de Engenharia Química da Unicamp, está fornecendo os novos moldes para o Hospital Sobrapar Crânio e Face (Campinas/SP), com 37 anos de existência, acumula mais de 300 mil atendimentos e 18 mil cirurgias e é referência no Brasil no tratamento de crianças e adolescentes com deformidades. 47231k
O protótipo é mais fino, pode ser esterilizado e tem textura e resistência muito mais parecidas com a do osso humano. Essa nova tecnologia, associada a novos medicamentos, principalmente anestésicos, foram essenciais para a redução nas últimas décadas de quase dois terços no tempo das cirurgias.
De acordo com o cirurgião plástico Cássio Eduardo Raposo do Amaral, vice-presidente da Sobrapar, “atualmente, uma cirurgia dos casos mais complexos chega a durar nove horas. Mas antes elas duravam até 23 horas”. O professor André Luiz Jardini Munhoz, do Biofabris, diz que o uso das réplicas de crânios feitas com o nylon 15 ajudam a diminuir em 30% o tempo das cirurgias, o que beneficia tanto pacientes quanto médicos.
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Os moldes têm um custo alto, e por isso são usados somente em caso de extrema urgência. Os novos modelos são feitos a partir de tomografias feitas nos pacientes que serão operados. Antes de iniciar a cirurgia, o médico visualiza e pode manipular o material que mostra exatamente como é o crânio do paciente, assim, ele pode ver como deverá proceder e simular os procedimentos antes de iniciar a operação. Os moldes também são utilizados na aprendizagem dos residentes.

A impressora 3D já é usada pela Sobrapar desde o início dos anos 2000. Um software faz a reprodução na impressora a partir das imagens da tomografia, separando virtualmente o que é osso, cartilagens e tecidos. Agora, com a parceria com a Biofabris, o material utilizado está sendo aprimorado para que os moldes e próteses fiquem cada vez mais sofisticados. A esperança é que, futuramente, também possam ser desenvolvidos materiais que simulem tecidos e cartilagens.
Fonte: G1