Após mais de um ano do fim do prazo para o fechamento dos lixões no país, 41% dos resíduos gerados pelos brasileiros continuam sendo despejados nesses locais. j555y
De acordo com pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe),no ano ado, mais de 41% dos 78,6 milhões de toneladas de resíduos sólidos gerados no país tiveram como destino lixões e aterros controlados e 3.334 dos 5.570 municípios brasileiros ainda mantêm lixões. A maioria deles são pequenas e médias cidades, mas há também cidades grandes, como Brasília.
Cerca de 75 milhões de brasileiros usam, provavelmente sem saber, os 3.000 lixões ou aterros inadequados ativos no país e são afetados pelos danos ambientais causados por eles: contaminação do ar, da água, do solo, da fauna e da flora por substâncias tóxicas e cancerígenas. Um novo estudo fez a conta do impacto do problema no sistema de saúde do país: R$ 1,5 bilhão por ano. Se os lixões continuarem abertos, em cinco anos, o custo chegará a R$ 7,4 bilhões.
A Lei 12.305/2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) tem como prioridades a redução do volume de resíduos gerados, a ampliação da reciclagem, aliada a mecanismos de coleta seletiva com inclusão social de catadores e a extinção dos lixões. Além disso, prevê a implantação de aterros sanitários que receberão apenas dejetos, ou seja, o que não pode ser aproveitado.
Dos 5.565 municípios brasileiros, somente cerca de 900 têm o serviço de coleta seletiva. A produtividade é baixa: apenas 12% do que é coletado é reciclado. Estima-se que cada pessoa produza, em média, 1,3 kg de resíduo sólido por dia. Desta forma, uma pequena cidade de apenas 10.000 habitantes produziria cerca de 10 toneladas de lixo diariamente.
O Organics News Brasil listou os problemas gerados pelos lixões em cada estado brasileiro. O trabalho de pesquisa nos órgãos istrativos de cada estado e nas mídias regionais mostra que a situação é muito ruim e o Brasil está atrasado com as soluções.
Região Sudeste 5e3s1w
São Paulo 513g5q
Em um terreno, na zona leste de São Paulo, que faz parte de uma área de proteção ambiental permanente, a devastação ao longo de dez anos produziu uma clareira aberta do tamanho de dez campos de futebol. No local funciona um lixão clandestino onde, segundo a polícia, 500 caminhões descarregam resíduos diariamente.Um mês após a lei das sacolinhas entrar em vigor, a Prefeitura de São Paulo registrou aumento de 12% na coleta de lixo reciclável na cidade. Campinas produz três mil toneladas por dia de resíduos da construção civil.
Rio de Janeiro 54521i
O lixão de Gramacho, em Duque de Caxias, foi fechado e, no local, funciona atualmente uma usina de biogás.Os lixões do estado do Rio de Janeiro ainda não foram extintos. Além disso, novos depósitos irregulares e nocivos ao meio ambiente estão se formando em suas adjacências. Cerca de 1.700 pessoas viviam como catadores no antigo lixão de Gramacho, hoje 200 estão empregadas em cooperativas de reciclagem da região.
Minas Gerais 5n701p
Na cidade de Carmo do Rio Claro, na região Sudoeste do estado, foi a partir da aquisição da área do aterro sanitário e da desativação do lixão a céu aberto, em 2011, que o processo de implantação da coleta seletiva começou a ser desenvolvido.Hoje, das 12 toneladas diárias de lixo recolhidas, cerca de três são recicladas. Como consequências, a vida útil do aterro sanitário pode dobrar, pulando de 16 para 32 anos.
Espírito Santo 5q6n38
São produzidos mais de um milhão de toneladas de resíduos por ano. Deste total, 40% podem ser reaproveitados. As Prefeituras capixabas, inclusive no Caparaó, têm implantado o sistema de coleta seletiva, alguns mais, outros menos, além de estarem acabando com os lixões.
Texto: Vera Moreira
Pesquisa: Carolina Moreira
Ilustração: Luciana Almeida