Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), dois terços da horticultura vêm da agricultura familiar. Com a foodtech Raízs, que conecta pequenos agricultores aos consumidores das cidades, todos os FLVs (frutas, legumes e verduras) comercializados por meio do site da startup são produzidos pela classe. Por dia, são mais de 15 toneladas de orgânicos e saudáveis transportados entre o campo e a cidade, o que representa cerca de 7,5 mil clientes atendidos por essas famílias . 4m3d1q
A importância desses profissionais para a foodtech vai além do negócio. A Raízs faz do pequeno produtor o centro de toda a cadeia, estabelecendo uma real conexão entre a startup e esses fornecedores. “Queremos valorizar esse agricultor oferecendo todo o e que ele precisa até o alimento chegar à mesa do consumidor – desde o acompanhamento técnico do plantio e colheita, até a comercialização dos seus itens por um preço justo. Colhidos diariamente, o recolhimento desses alimentos só é feito a partir da confirmação da compra do cliente, isso garante mais segurança para esse profissional em saber exatamente o que vai vender e então, o que precisa cultiivar”, explica Tomás Abrahão, CEO e fundador da Raízs.
O e conta também com um Fundo do Pequeno Produtor Raízs, para o qual a startup destina parte de seu faturamento. Além disso, o consumidor é convidado a realizar doações de até R$ 30 para o Fundo, inteiramente gerido pelos agricultores. O objetivo da iniciativa é gerar um sentimento coletivo de empoderamento, e a inserção dos profissionais na tomada de decisão sobre o que farão com dinheiro. Ao todo, já são mais de 920 produtores espalhados em nove estados: Amazonas, Pará, Bahia, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais.
Segundo a Raízs, esses profissionais não são apenas números, mas sim histórias. Uma delas é a do David Ralitera, que junto com suas três filhas produz frutos, folhas, temperos, tubérculos e frutas em uma área de mais ou menos 25 hectares, que fica localizada em Morungaba, Interior de São Paulo. Depois de trabalhar como executivo em ambiente corporativo, decidiu largar tudo para buscar algo que realmente fizesse sentido, e encontrou. “Posso dizer que tenho intimidade com a minha horta, me apaixonei pela beleza e o sabor de cada tipo de planta, já que eu me sinto responsável e capaz pela sobrevivência delas, e acredito que quando as pessoas participam do cultivo e entendem melhor todo o processo, dão muito mais valor ao que estão comendo, além de tornar a alimentação muito mais agradável”, comenta. Hoje, em termos de volume, a fazenda que comanda, já soma 20 toneladas de alimentos entregues todo mês em São Paulo, ou seja, mais de 240 toneladas por ano.
Em contrapartida, a produtora Ernestina Pereira sempre trabalhou com agricultura, mas a escolha de manejar produtos orgânicos foi em busca de mais saúde, em meados de 2001. Na ocasião, ela deixou a produção convencional e os fertilizantes químicos de lado, porque sentiu que eles estavam prejudicando a saúde de toda a família. Atualmente, são mais de 14 itens cultivados sem qualquer agrotóxico, entre frutas, legumes, verduras e temperos, mas a agricultora considera que o carro-chefe do seu negócio são produtos como alfaces, couve manteiga, cheiro verde e morango. “Durante o mês produzimos por volta de 3 mil pés de verduras e, no ano, cerca de 36 mil pés em 1 hectare e meio”, conta. O Sítio Almeida fica em Ibiúna, também no Interior de São Paulo.
São vidas que se conectam com a expectativa e história da Raízs. Ao comprar FLVs, o consumidor tem contato com a história da família de onde os alimentos vieram antes de chegar à sua mesa, criando um verdadeiro elo entre o campo e a cidade.