Brasileira vence prêmio internacional por pesquisa em fixação biológica 5n232u

(Foto: D.Neto/ Embrapa)

A pesquisadora da Embrapa Soja, Mariangela Hungria, junto com o cientista chinês Li Jiagyang, venceu o prêmio científico TWAS-Lenovo da Academia Mundial de Ciências, pelas suas pesquisas em fixação biológica do nitrogênio. 2av5m

A premiação reconhece os estudos da pesquisa brasileira voltados para o desenvolvimento de inoculantes à base de bactérias que substituem os fertilizantes nitrogenados e possibilitam uma agricultura mais sustentável.

“Sua pesquisa contribuiu para a substituição bem-sucedida do fertilizante químico de nitrogênio por inoculantes microbianos, o que resultou na economia de bilhões de dólares no Brasil”, destacou Mohamed H.A. Hassan, presidente da TWAS. Para ele, Mariangela é uma das principais microbiologistas de solo do mundo, especialmente na área de fixação biológica de nitrogênio.

Mariangela explica que, somente em 2019, a Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) trouxe uma economia de 14 bilhões de dólares ao Brasil. Isso porque para produzir 1 tonelada de soja são necessários cerca de 80 kg de nitrogênio. Esse nutriente é o mais requerido pela cultura e pode ser obtido gratuitamente na natureza, por meio de algumas bactérias do gênero Bradyrhizobium (risóbios).

De acordo com a pesquisadora, essas bactérias são capazes de capturar o nitrogênio da atmosfera e transformá-lo em fertilizante para as plantas. A fixação biológica do nitrogênio dispensa a utilização de fertilizantes nitrogenados na cultura da soja; produtos que aumentam os custos de produção e podem ser prejudiciais ao meio ambiente.

Hungria receberá um prêmio 50 mil dólares e pretende retribuir as oportunidades que teve com ensino superior público de qualidade, da graduação ao doutorado através do financiamento de “atividades de apoio a mulheres, com ênfase em mulheres com pesquisa em microbiologia agrícola”.

“Também fui bolsista de pós-doutorado e recebi apoio financeiro a projetos de pesquisa de extrema importância para nosso laboratório do CNPq. Pude dedicar minha carreira no desenvolvimento de pesquisas para a sustentabilidade agropecuária na Embrapa. Estou extremamente feliz por poder retornar uma pequena fração do que recebi e vou começar por esse prêmio”.

Em novembro de 2020, Mariangela Hungria foi classificada entre os 100 mil cientistas mais influentes no mundo, de acordo com estudo da Universidade de Stanford (EUA).